A verdade é que o regresso do motor Wankel está mais que confirmado, não como o coração de um hipotético Mazda RX-9, sucessor do RX-7 e RX-8, mas sim como extensor de autonomia para veículos elétricos — algo que veremos em 2020 com o MX-30, o primeiro elétrico da Mazda.
E é precisamente por essa razão que os rumores sobre um futuro desportivo com motor Wankel regressaram.
A Mazda tem novamente um motor Wankel sob a sua alçada, já desenvolvido e pronto a produzir, pelo que a justificação para apostar no desenvolvimento de uma unidade para equipar um futuro desportivo fica bem mais fácil, sobretudo no que toca aos custos.
O potencial do Wankel é maior do que apenas servir como extensor de autonomia. A expansão do portefólio eletrificado da Mazda poderá ser feito recorrendo à compacta unidade para futuros híbridos e híbridos plug-in. Sem esquecer a sua flexibilidade — além de gasolina, pode usar GPL ou hidrogênio como combustíveis.
O salto deste tipo de utilização para um desportivo fica assim mais fácil. Foi o que referiu Ichiro Hirose, da investigação e desenvolvimento da Mazda, em declarações à Autocar:
“A flexibilidade do motor de rotores é uma grande solução para as tecnologias de eletrificação. É compacto e leve com níveis excelentes de NVH (ruído, vibrações e aspereza).
Ao usar o motor rotativo de formas variadas podemos melhorar a sua eficiência de custo — isso significa que podemos reduzir os obstáculos em colocar um motor rotativo num desportivo. Eu desejo realmente que possamos justificar este automóvel. É claro que temos esse sonho.” A acontecer um Mazda RX-9 — chamemos-lhe assim, por enquanto — a combinação do Wankel com os eletrões seria praticamente uma certeza, pois seria a forma mais segura e até fácil de garantir que cumpriria todos os requisitos ao nível das emissões.
As peças deste puzzle parecem estar a compor-se. Há meio ano ficamos a saber que a Mazda está a desenvolver uma nova plataforma de tração traseira e motores de seis cilindros em linha — ao que tudo indica, servirá de fundação à versão de produção do concept Vision Coupe (2017), que apesar do nome, é uma berlina de quatro portas.
Essa mesma plataforma poderia ser usada para um futuro coupé/roadster desportivo com motor longitudinal dianteiro e tração traseira — tal e qual o RX-7 —, ou seja, uma versão de produção do concept RX-Vision, apresentado em 2015, e que deixava no ar a possibilidade o regresso do Wankel num novo desportivo.
A terceira peça deste puzzle prende-se com a revelação do Mazda RX-Vision GT3 que serve de imagem de capa a este artigo. Apresentado apenas sob a forma de um esboço oficial, fará parte do campeonato certificado pela FIA no Gran Turismo Sport em 2020, ano que coincide com o centenário da Mazda, e também marca o início de uma parceria entre o construtor de Hiroshima e a Polyphony Digital.
Não foram avançadas especificações sobre a nova máquina virtual, mas é claramente um desenvolvimento do RX-Vision de 2015. Será que poderá servir de ante-câmara à revelação de um hipotético Mazda RX-9, um desportivo com motor Wankel, a coincidir com as celebrações do centenário da marca?
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Publicado no Verdesobrerodas
Por Razão Automóvel conteúdo
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