
Um estudo recente da Rede C40 – Grupo de Grandes Cidades para a Liderança Climática, em parceria com a Clinton Comate Iniciative (CCI), da Fundação Clinton – mostra as vantagens operacionais e financeiras da operação de ônibus elétricos por meio do Programa para Testes de Ônibus Híbridos e Elétricos, desenvolvido para a realidade da América Latina. O levantamento contou ainda com apoio financeiro de US$ 1,49 milhão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O programa foi realizado com 17 ônibus elétricos (a bateria ou trólebus) ou híbridos e envolveu governo e empresas de ônibus nas cidades de Bogotá (Colômbia), Santiago (Chile), São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil). Os veículos passaram por 30 horas de testes de emissão e consumo energético em condições reais. A comparação contou com um “ônibus sombra” movido a diesel e levou em consideração as variantes locais como condições de operação, trânsito, treinamento dos motoristas e topografia.

Os resultados mostram que podemos resolver os problemas que afetam milhares de pessoas nas metrópoles todos os anos. Só no Estado de São Paulo, por exemplo, ocorrem cerca de 17 mil mortes e 68 mil internações de doenças relacionadas à poluição segundo levantamento da Rede Nossa São Paulo em 2011. Uma pesquisa do Departamento de Patologia da Universidade de São Paulo (USP), comandada pelo professor Paulo Saldiva, comprova que apenas a redução de 10% de poluição na capital paulista entre os anos 2000 e 2020 poderia evitar 114 mortes relacionadas às doenças respiratórias e cardiovasculares.
Os resultados do programa da Rede C40 mostram a viabilidade de adotar caminhos sustentáveis para o transporte nas grandes cidades sem onerar os cofres públicos, oferecendo uma solução viável às concessionárias. A saúde da população agradece.
(*) Iêda Maria Alves de Oliveira é gerente da Eletra, empresa brasileira pioneira em tecnologia para tração elétrica e híbrida para ônibus.