Na última semana foi realizado em Brasília, o TEC–VE 2011, fórum destinado a discutir soluções para o carro elétrico no Brasil. O evento revelou muitas informações relevantes e contou com a participação de pessoas ilustres, como dirigentes de montadoras, fornecedores, pesquisadores, representantes de entidades não governamentais e pessoas que já integraram o primeiro escalão do governo federal.
O esforço dos organizadores e de todos os participantes foi um importante gesto de boa vontade para evidenciar o assunto e evitar que o Brasil fique, uma vez mais, a reboque do que acontece nos países mais evoluídos tecnologicamente.
Sabemos que governos de várias partes do planeta estão trabalhando para fazer do carro elétrico uma boa opção de consumo, saúde da população e preservação do meio ambiente. Na Europa, Estados Unidos, Japão, Israel, Austrália, entre outros, dificilmente se lê jornal sem que haja notícias reveladoras da importância e evolução dos veículos “verdes”. Por aqui, infelizmente o assunto ainda anda a passos de cágado, ficando restrito a notícias na internet, blogs e modestas e esporádicas aparições nos jornais impresso.
Esse parece ser um problema de visão política, devendo imaginar que o veículo elétrico é concorrente do nosso álcool e do pré-sal. O que não é verdade, ele é de fato uma solução complementar. Ainda que não fosse, cabe lembrar que estudos dão conta de que o nosso pré-sal é suficiente para abastecer o mundo por apenas 16 meses, e o nosso álcool não abastece sequer a nossa frota que ainda é dependente do diesel e da gasolina.
No recente salão de automóveis de Buenos Aires, todas as montadoras expuseram pelo menos um modelo de carro híbrido ou elétrico (no último salão brasileiro tivemos apenas dois ou três modelos). O governo de lá acaba de regulamentar e traçar cotas de venda para carros elétricos. No Chile o assunto já foi superado e os carros elétricos podem ser comercializados, normalmente. Aliás, o i-MIEV pode ser comprado nas concessionárias Mitsubishi de Santiago por U$60 mil.
Agora que dois países da América Latina entenderam os benefícios de contar com os veículos elétricos na frota, pode ser a vez do Brasil, que tem o maior mercado da região, adotar medidas que incentive as pesquisas, produção e comercialização dos veículos elétricos e híbridos em nosso mercado. Vamos torcer, vamos cobrar!
Pense nisso e ótima semana,